terça-feira, 10 de novembro de 2009

MORTE E FUNERAIS PARA DIFERENTES POVOS E CULTURAS


Atendendo ao pedido de um internauta, fui pesquisar sobre a morte e o funeral em diferentes povos e culturas.
É muito interessante verificar que um fato comum a todos os povos, tem rituais e visões tão diversas e manifestações diferentes.
Vamos começar pelo povo brasileiro, que temos conhecimento de causa!

No Brasil, o funeral costuma ser realizado em locais apropriados (geralmente, no serviço do próprio cemitério), a duração é de no máximo 48 horas após o falecimento. No dia 02 de Novembro, é o Dia de Finados, é quando relembramos nossos mortos, geralmente, com muito pesar.
O prazo de 48 horas é curto se comparado a outras culturas, a justificativa é que o clima tropical  favorece a decomposição do corpo, mas, há quem diga que isto pode ser reflexo da visão que o brasileiro tem da morte e a relação com o falecido, e pode até influenciar em nossa recuperação pós-luto, gerando até conflitos mal-resolvidos.
Com base nas cenas que eu já presenciei em velórios, realmente, o sentimento mais forte é a dor e o desespero, neste caso, não vejo alternativa, senão abreviar o máximo a despedida final. Destaco, também, a necessidade que nós temos de tocar e beijar o nosso morto.

Na Itália e na Suíça, geralmente, os funerais são feitos em casa e duram no mínimo 48 horas, podendo chegar a uma semana, para que a maioria de amigos e parentes possam se despedir do falecido. As pessoas vão e vem, beliscam alguns salgados, tomam vinho, uma ou outra risada, e isso não causa constrangimento. Na Suíça, por exemplo, há hospitais que disponibilizam uma sala refrigerada, onde o corpo fica a disposição dos visitantes, que podem até marcar hora para a visita.

Em Moscou, alguns utilizam uma igreja ortodoxa local, onde o funeral é feito com uma reunião muito alegre, com pessoas vestindo roupas coloridas (é proibido usar preto) e entoando cânticos de alegria.

No México, o dia de finados é comemorado com muita festa e alegria, exceto, pelo motivo da comemoração, são muito semelhantes a uma festa de aniversário, inclusive, o morto é convidado para participar do banquete e os vivos festejam para que ele fique bem. As festas podem ser em casa ou no cemitério, mas tem que ter muita alegria e “comes e bebes”. Para sintetizar a visão da morte para o mexicano, encontrei o seguinte conteúdo:
“No México contemporâneo, temos um sentimento especial diante do fenômeno natural que é a morte. A morte é como um espelho que reflete como vivemos e nossos arrependimentos. Quando a morte chega nos ilumina a vida. Se nossa morte precisa de sentido, tão pouco sentido teve a vida, "diga como morre e te direi como é". Fazendo uma comparação com os cultos pré-hispânicos e a religião cristã, se sustenta que a morte não é o fim natural da vida, se não uma fase de um ciclo infinito. Vida, morte e ressurreição são os estados do processo que nos ensina a religião cristã.” Conteúdo extraído do site: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mexico/cultura-do-mexico.php

 No Japão, os funerais são feitos, geralmente, na casa da família, e o interessante é que eles fazem uma cerimônia de preparação do corpo antes de sepultá-los. A preparação envolve a limpeza (para a purificação), a troca de roupas e a maquiagem para o corpo ficar bonito, com aparência saudável e preparado para a viagem que o morto fará ao novo mundo, e tudo isso é feito durante o funeral e na presença de todos.
Este ritual pode ser feito pelos próprios familiares, mas, geralmente, são os “Nokanshi” que fazem, pois eles são profissionais especializados nisso.
Os budistas entregam à família do falecido um envelope com uma quantia, indeterminada, de dinheiro no momento do funeral, e costumam celebrar missas ao longo do tempo que se passa após a morte, para manter a memória do falecido e reunir amigos e parentes.
Para quem quiser saber mais sobre a preparação do corpo no Japão, eu indico o filme “A Partida”, que além de explorar esse costume japonês, aborda também os sentimentos sobre a morte, os conflitos familiares e o preconceito profissional.
 Veja a resenha do filme no site abaixo: http://www.cranik.com/apartida.html

Voltando a nós brasileiros. Será que o nosso luto é muito pesaroso? Se, assim for, será que isso interfere em nossa recuperação pós-luto?
Certa vez, fiz uma reflexão sobre este assunto e cheguei a conclusão de que a dor e o sofriemento são inevitáveis, mas, não podemos deixar de lado os sentimentos como a  gratidão por aquela pessoa ter feito parte de nossa vida, pelo carinho recebido,  sua alegria, seus conselhos, as lições de vida que foram deixadas, a felicidade que ela nos proporcionou, sua proteção, enfim, a sua verdadeira herança. O que você acha?
Eu tenho a impressão de que essas recordações serão como bálsamo para a dor do luto, e farão com que essa pessoa esteja sempre presente em nossa vida.
Eu gosto muito do filme "O Rei Leão I", pois, ele trata o luto de uma forma muito especial, e deixa claro que quando um ente querido morre, nós não o perdemos, ele continua vivendo em nós, isso fica claro quando o pai leão diz ao seu filhote "Somos um!".

Seguem alguns Links muito interessante sobre o assunto:


20 comentários:

  1. Muito legal conhecer um pouco mais sobre este assunto, sei que que em uma religião se eu não me engano muçumana, a familia também deve banhar o cadaver e preparar o corpo para a partida e no ato do velorio são servidos docinhos de varios tipos para os convidados...Que legal né....na minha visão acho que devemos comemorar mesmo principalmente se a pessoa soube viver bem a vida. Valeu.......

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  2. Muito legal o post , muito interessante , isso só me faz pensar que o brasileiro leva a morte ha uma dor muito grande , uma perda.
    Ja em outros paises , a morte é tratada como algo natural , algo que irá acontecer com cada um de nós e tentam fazer isso da melhor maneira possivel , isto é com alegria.
    As vezes eu penso que no meu funeral não quero pessoas chorando , mais sim dando risada , lembrando com muita alegria de mim.

    Ass: Thiago Martins da Silva

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  3. Muito cultural e diferente o Post, para nos Brasileiros a morte significa uma perda, dor e um grande vazio incauculável e já incorporado a nossa cultura, Nunca conseguiriamos velar um ente querido por uma semana, como por exemplo na Itália.
    Para descontrair: Vc sabe porque o Brasileiro chora no velório: Pense na conta Rsrsrs..
    Rozati.

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  4. Achei interessante e gostaria de dividir com vcs. No Brasil, Japão e Europa, o preto é a cor do luto, privação da luz. Na China o branco, que evoca o silêncio e a paz. Na Tailândia, o roxo. No Irã, o azul. Na Síria, o azul celeste, cor do céu, para onde se deseja que os mortos partam. Na Índia e na África do Sul, o vermelho, cor do fogo, que consome os corpos. Cada povo com sua cultura.

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  5. Para evitar constrangimentos, primordial é saber a religião e a nacionalidade do defunto. Aí residem as maiores diferenças no ritual das cerimônias fúnebres. Regra geral é oferecer à família enlutada sua companhia, mas sem pretensão de acabar com seu sofrimento. Ela precisa superar a dor. Nada de frase feitas, tipo “vai passar”.

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  6. Cada povo vivencia a experiência da morte e da separação de uma maneira peculiar.É importante então respeitar as características culturais tanto religiosas de cada um.

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  7. Realmente,

    O luto brasileiro é algo terrível. Não queremos perder alguém tão importante, especial e que amamos. Não consigo encarar a morte, apesar de natural, com "comes e bebes".
    Sinto uma tristeza imensa quando vou a um funeral, ainda mais de pssoas que temos mais afinidade.
    Gostaria de encarar a morte com muita festa, igual a outros povos, mas infelizmente, acredito que jamais conseguirei isso.

    Tamar Cristina

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  8. Nós somos conhecidos pelo mundo afora, como um povo com muita receptividade, amoroso e de braços abertos. E isso reflete na nossa cultura no trato aos mortos, por ser a morte algo que não se recupera, a dor, o sofrimento e a partida de alguém com quem vivemos e amamos é muito árdua, talvez seja uns dos motivos, de um serviço funebre tão rápido (48 horas).
    Outro momento que têm acontecido infelizmente no país é como os nossos jovens têm partido muito cedo, por causa do crime, do tráfico, do consumo excessivo do álcool e do abuso da velocidade de carros e motos, que resultam em mortes trágicas que os familiares não têm emoções suficientes para cerimônias extensas.
    Muito interessante as cerimõnias de funerais em outros países. Têm um filme recém lançado nas locadoras com o título A Partida - Oscar de Melhor Filme Estrangeiro/2009, que mostra a profissão no Japão, do preparador de cadáveres para o ritual familiar que antecede à cremação.
    Vale a pena assistir.
    Edmilson

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  9. eu tanbem gostei da profiçao por que na minha morte tenha felicidade por que um dia todos vao morre eu quero ledice que nao se preuculpa por que ele estara no seu

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  10. Sou cerimonialista fùnebre e ao longo de 2 anos venho acompanhando o sofrimento das famílias enlutadas. Todas as religioes e culturas diversas se mostram fragilizadas e desnorteadas com a perda, por mais espiritualizadas que sejam... Cada um tem seu tempo necessário para retornar à normalidade. A dor permanece, a saudade fica, o vazio demora... O pai de uma amiga faleceu há um tempo e dias desses eu a encontrei na Capela, ela falou que o sentimento é que o pai esteja numa das suas viagens pescando e que a qualquer momento ele retornarà... Achei lindo e lhe dei um abraço.

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    1. Olá Cleodimar.
      Fiquei surpresa ao saber que você é cerimonialista fúnebre. Nunca tinha conhecido alguém com essa profissão.
      Eu e minhas amigas fizemos esse blog para um trabalho para a Faculdade e começamos a encarar a morte de uma forma diferente! Beijos.
      Tamar Cristina

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  11. Muito bom este artigo ajudou muito muito obrigada eu penso que a morte é um fenomeno natural e deve ser sim celebrada afinal, o falecido fez parte da vida e deixou muita lição de vida obrigada

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  12. Alguns países fazem festa na morte de uma pessoa. Me coloquei por exemplo, se minha mãe morresse, complicado pensar dessa maneira, eu sentiria dor de nunca mais te la comigo!

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  13. Parabéns pelo blog! Sonho em imprimir um guia, tipo "A boa morte", com dicas práticas para esse momento que deixa todos tão confusos. Participei do Día de Muertos, em Oaxaca (México) e fiquei encantada com a forma poética que encaram esse ritual. Vejo que, no Brasil, o tema é tratado com medo, hipocrisia e preconceito.

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  14. Muito interessante o blog. Eu vi no Youtube uma cerimonia onde alguns homens dançam com o caixão nos ombros e gostaria de saber a que cultura pertencem. Meu email lucyabdo@yahoo.com br.
    Se alguém souber por favor me esclareça. Grata.

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. NÃO GOSTEI DO POSTE, VAI TODO MUNDO TOMÁ NO CCCÚ ! PARA MIM QUANDO NOSSOS PARENTES MORRER DEVIAMOS JOGAR O CORPO DELES EM QUALQUER LUGAR ISOLADO, TIPO JOGAR NUM CÓRREGO, OU EM UM UM LIXÃO.

    EU DESPENÇO ESSAS FRESCURAS DE RITUAIS IDIOTAS FEITOS POR VÁRIAS CULTURAS.

    POR ISSO EU QUERO QUE QUEM FEZ ESSE POST VAI PARA PUTTA QUE PARIU E QUEM AQUI NÃO GOSTOU DA MINHA OPINIÃO, QUE ENFIE O CADÁVER PUTTREFEITO DE SEUS PARENTES NO CCCÚ DE VOCÊS.


    PARA FINALIZAR, VAI TOMAR NO CCCÚ TODO MUNDO DAQUI DESSE SITE !

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  17. Achei curioso as formas diferentes de "comemorar"a morte,eu concordo que a morte não é uma perda.

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